Minha segunda viagem à Síria - Parte IV 

A minha Odisseia ainda estava longe terminar desde que eu decidi viajar de ultima hora para Síria.

Meu amigo Heródoto, desde que eu o convidei para me acompanhar em São Paulo para pegar o segundo visto, falou que eu quisesse ele viajaria comigo para Guarulhos e ficaria comigo até a hora do embarque e depois voltava sozinho. Eu adorei a ideia, pois ficar horas no aeroporto sozinha é um saco, e não poderia contar que acharia um colega pra me fazer companhia como na primeira viagem então eu aceitei a proposta dele.

Na véspera da viagem eu estava comprando as passagens no site da Viação Cometa, e liguei para ele confirmar se tava firme, ele respondeu que sim, mas tava com uma voz estranha , mas mesmo assim comprei, 3 passagens, a minha de ida e da dele de ida e volta.

Depois fui na cidade porque precisava comprar remédios e produtos de higiene pessoal para completar minha mala e fui buscar as passagens e liguei para perguntar: Alo Heródoto to aqui na rodoviária e vim pegar as passagens , vc vai mesmo né ? Ele disse que sim, mas continuava com a voz esquisita, tipo que precisava falar algo mais não tinha coragem. Já tive um mau pressentimento.

Eu tinha comprado passagens para o busão das 10:00hs, que deveria chegar la pelas 15:30/16:00hs  em São Paulo. Então tinha que acordar cedo para me arrumar, comer, checar tudo e ir para rodoviária. Quando foi umas 9:00 liguei para o táxi me pegar, e quando já estava entrando no táxi, vi que tinha uma chamada perdida do Heródoto, mas não achei que seria algo ruim, talvez tivesse me ligando que já tava saindo da casa dele.

Quando estávamos chegando a rodoviária, o motorista me perguntou : parte de cima ou de  baixo, eu falei cima, tinha combinado com ele na parte de cima, mas não avistei ele, pensei que tava no banheiro ou na lanchonete, paguei o taxista e ele me ajudou com a bagagem que pra variar estava muito pesada e perguntou pra onde eu ia, eu disse oriente médio, dai ele perguntou; Líbano ? e eu disse Síria, e perguntou o que ia fazer lá, e eu respondi que meu noivo era de  lá.

Ele me desejou boa viagem e eu fui procurar o Heródoto, que não achei  e fui ligar para ver se ele, já estava chegando, dai na maior cara de pau falou que não ia, porque a mãe não deixou, cara que ódio, dai eu disse "mais eu te liguei ontem  a noite duas vezes e você disse que sim, porque se fez isso deveria pelo menos vir até a rodoviária, falta de consideração sua e da sua mãe, se não tem palavra, dai ele disse que não tinha dinheiro, mas eu paguei pra você tudo nas viagens  para o visto, sua passagem de volta ta comprada, e eu vou te dar o dinheiro para o táxi e alimentação para você voltar, essa desculpa é muito esfarrapada" e desliguei o telefone, eu fui sentar e pensar o que fazer, fui um baque porque eu tinha comprado passagens para cedo porque, tínhamos planejado deixar as malas em um hotel em São Paulo e curti a cidade e ir para o aeroporto somente umas 2, ou 3 horas antes do embarque.

Poderia ter trocado a passagem para mais tarde, mas resolvi viajar naquele horário mesmo e só troquei uma passagem para a volta, marquei para o dia 26 de Junho e outra eu pedi reembolso, mas fiquei no prejuízo porque a cometa não estornou o valor da passagem para meu cartão.

Como o que não tem remédio, remediado está. Tive que descer de novo sozinha as escadas com as malas pesadas em direção a plataforma que o ônibus estava esperando a gente para o embarque.

Era manhã de uma quarta-feira fria e cinzenta o que me deu mais vontade de chorar, mas eu aguentei firme, embora eu estivesse mais decepcionada do que triste. E encarei quase  6 horas de viagem até a capital Paulista e minha viagem estava só começando.

Quando desembarquei no Terminal Tietê fui bem ligeira para comprar a passagem para o Airport Bus Service e me  mandar para o Aeroporto de Guarulhos e quando chegasse la eu ia decidir o que fazer da minha vida até a hora do embarque.

Cheguei no aeroporto um poucos antes da 17:00 hs e tinha que aguardar até a 20:00 para fazer o check in e me livrar daquelas malas e ficar mais sossegada.

Como nas duas viagens eu estava embarcando na vésperas de feriados. Como era dia 09 de Junho de 2010, e a copa do mundo começaria no dia 11, não preciso nem dizer que o aeroporto estava lotado né amados, não tinha lugar pra sentar, tinha que ficar rodando igual peru, para achar um lugar para descansar e ligar o notebook e distrair até a bateria acabar, porque aqueles bancos próximos a tomadas para eletrônicos, não fica vago nunca, galera preferem perder o avião a ter que deixar seu lugar , juro que na próxima viagem , mesmo que tenha que vender as calças, vou de executiva só para poder ficar na sala vip, e ter uma tomada só para mim até a hora do embarque.

Fiquei lá ate minha bateria acabar e depois fui da um rolê  e comer alguma coisa, mas tava difícil, o pessoal é muito sem noção, mal educados e egoístas, gente malas não comem e não sentam, então não devem ocupar as mesas da alimentação. Gente eu fiquei esperando muito tempo para sentar e desisti e fui para fila do check in antes da hora e me ferrei.

Cara eu fiquei observando as pessoas la no Mc DonaldsMc Donalds não advertiam.Tinha pessoas comendo em pé, porque algumas dondocas frescas estavam conversando e ocupando as mesas e cadeiras com as malas, e atrapalhando quem queria comer. Isto aconteceu na duas viagens, povo mal educado e egoísta, e burro também aquilo é um fast food, pra você comer e ralar, e não um Bistro pra você ficar jogando conversa fora. Odeio gente fresca, odeiooooo !!!





Check in e Embarque

Contra minha vontade acabei indo para fila do check in antes da hora e puta da vida e acabei pegando um lugar horrível, 2E na fileira do meio e com uma poltrona que não reclinava direito, que ódio!!!

Não sei porque eu acho que não fui exatamente clara com a atendente quando falei que queria um assento na janela, na parte traseira do avião, bem longes das asas, dai ela me colocou na 2E, coluna do meio, nas asas, com poltrona quebrada. Porque ela não me colocou pra ir do lado de fora de uma vez. Deveria ter sido mais confortável se não fosse pelo frio, vento e ar rarefeito e que provavelmente não chegaria viva ao meu destino.

Depois do raio x e imigração, fui dar um rolê no duty free, mas acho o de São Paulo muito sem graça, e preferi ir sentar la próximos os gates e ficar observando o embarque dos outros, antes de embarcar fui ao toilet, e para espantar o frio e fome, comprei um pão de queijo e chocolate quente, caro pra chuchu naquele tal de Havana não sei o quê .

O voo trocou de gate para embarque, eu fiquei conversando com  uma moça que ia para o Sudão visitar o marido que trabalha na embaixada do Brasil lá.

No avião sentei perto de umas libanesas gente fina, e uns meninos que estavam indo para copa e por acaso encontrei com eles no voo de volta para o Brasil.

O voo foi ruim e cansativo, não dormi por causa da poltrona, porque teve muita turbulência, e se aquela porcaria caísse eu queria ta acordada para vê se dava pra pular antes dele cair. Tenso meu aquele bicho foi sacudindo a  noite toda, e eu pensei esse monte de lata não chega inteiro em Istambul. Graças a Deus ele chegou bem, mas eu cheguei um bagaço só.

Mas como tinha feito a burrice de comprar passagens separadas, a moça da Turkish não emitiu o cartão de embarque da conexão, então tive que fazer imigração, check in e imigração de novo. Quando eu voltei o pessoal em Damasco me deu os 2 cartões de embarque e despachou a bagagem direto para o São Paulo. Porque aquela filha de uma kenga não fez o mesmo, joguei pragas para ate a décima geração dela.

Então la fui eu para aquela enorme fila da imigração turca, embora tivesse muita gente, não demorou muito porque eles nem perguntam nada e já carimbam o passaporte e tava liberada e fui em busca da minha mala, demorei um pouco para achar a esteira do meu voo, e embora tivesse feito check in cedo, minha mala como sempre demorou para caramba para chegar.

Peguei minha mala eu fui procurar o embarque internacional, depois de andar e perguntar para algumas pessoas, achei uma escada rolante no desembarque e fui procurar o check in da Turkish, que por sinal são muiiiiitos balcões e achei enfrente ao controle de passaportes, o check in da econômica, despachei as bagagens e peguei meu cartão e fui para a fila da imigração.

A fila estava enorme também já que só tinha dois agentes atendendo, e estava demorando, eu vi que o guichê da esquerda tava agarrado com um grupo grande de japoneses e mudei para outra fila, mas quando eu percebi que o policial era a cara do Tarkan eu voltei para fila grande e deixei pessoas passarem na minha frente só para ir no guichê do policial bonitão.

Quando ele me chamou fui toda sorridente, e ele alem de lindo era muito simpático, e era exatamente igual o Tarkan (cantor turco famoso por sua beleza) mesma altura, estrutura física, cor dos olhos, verdes intensos, lindo demais, ele ficou conversando comigo, perguntando o que eu tava indo fazer na Síria e eu quase perguntei quando era o intervalo, mas fiquei com medo dele me prender, se bem que eu ia gostar, se ele fosse o carcereiro, mas enfim fui procurar o meu gate e aguardar enquanto fazia uma boquinha.

O voo para Damasco também mudou de gate na ultima hora e tive que sair correndo para achar meu novo gate que ficava em outra parte do terminal.

O voo para Damasco foi tranquilo e não estava muito cheio e deu para descansar um pouco ate chegar em Damas.

A minha passagem pela imigração síria também foi calma e só perguntaram qual meu endereço na Síria e eu disse Hotel tal.

E fui la encontrar com o motorista e fomos para Damascus, cruzando a auto-estrada e sentindo o vento do deserto no meus cabelos e observando as famílias sírias fazendo picnic na beira da estrada, quase  as 3:00 da matina. Cada povo com seus costumes e chegando no hotel depois de avisar que já estava na cidade, fui tomar um banho relaxante na banheira enquanto esperava ele chegar. Não demorou muito por que estava na festa de casamento do primo  não tão longe do hotel, ele estava lindo como sempre !!!

Bem essa foi a minha odisseia na minha segunda viagem para a Síria e volto logo contando meus micos e apuros na terras de Sham.

Salam