Foto New York Times
Este dois jovens que estão na foto que abre o post formal um casal. Um casal afegão que corre grave risco de morte. O crime? O amor! A moça é Zakia, 18 anos, afegã. Ele é Muhammad Ali, 21 anos, afegão. Ambos são humildes camponeses, muçulmanos e moram na mesma vila e se conhecem desde criança. O problema? Ambos apesar de afegãos e muçulmanos pertencem a etnias e correntes diferentes do Islam.
A família de Zakia é da etnia Tajik e são sunitas. A família de Muhammad Ali é Hazara e são xiitas. É que lá pras bandas do Afeganistão, existe este conflitos entre sunitas e xiitas, tajiks e hazaras. Esse fato é bem explorado no filme O Caçador de Pipas. O melhor amigo do protagonista do filme é um garoto que é de uma etnia inferior (hazara) e trabalha como servo da família do menino rico e de etnia considerada superior.
Mas o que abalou a pequena vila Khame Kalak em Bamiyan no Afeganistão, não foi um caso de filme ou contos de fadas. Foi a vida dura e cruel de quem vive em uma sociedade que subjuga as mulheres. Mulher lá não tem voz, não tem vez! O homem é quem decide o destino de uma mulher. O casal afegão se conheceu quando ainda eram crianças e cuidavam dos animais de suas famílias. Eles não cometeram nenhum haram! Não foram pegos em flagrante dentro de um quarto. Não, eles só decidiram se casar! E a família dela foi contra! Foi contra porque ele apesar de ser tão pobre quanto ela pertence a outra etnia e segue uma corrente diferente dentro do mesmo Islam!
Zakia teve que se refugiar em um abrigo para mulheres vitimas de violência, enquanto o caso dela é julgado nos tribunais. Mesmo sendo adulta, ela não tem direito ao exercer seu livre arbítrio e escolher com quem casar. Mas não é assim que a banda toca lá no Afeganistão. Lá os talibans ainda mandam e desmandam e usam a Sharia (Lei Islâmica) para subjugar mulheres e inimigos. Lá a maioria dos casamento são arranjados. A mulher tem que casar com o homem que o pai dela escolher. E não me venham dizer que não é verdade que o Islam da liberdade de escolha. Não estou dizendo que o Islam não dê a mulher a opção de escolha. Mas na vida real não é bem assim. Dá liberdade pra muçulmana que mora no Brasil, no EUA, na Europa, na Austrália. Mas na maioria dos países ditos muçulmanos a mulher não tem essa opção como é o caso do Afeganistão.
Foto: New York Times
Eles tentaram fazer do modo correto. Pelo que li na imprensa internacional. O rapaz foi com a família dele, pedir permissão para corteja-la. Mas a família rejeitou o rapaz não porque ele era um cara mau caráter, folgado, preguiçoso. Mas rejeitou por causo do racismo. Dai fica clara a hipocrisia de alguns grupos ditos islâmicos. Todo muçulmano não é igual? Neste caso nem entra a questão do arabismo, até porque o Afeganistão não é um país árabe!
A moça foi espancada, fugiu com namorado para sobreviver! Ele a levou para o Ministério das Mulheres, para um abrigo. Pois a família dela quer mata-la. Porque ela envergonhou o nome, a honra da família. Da família não, dos homens da família.
Foto: New York Time
A policia local precisou escoltar Zakia, porque os homens da família invadiram o local onde ela estava abrigada. Zakia narra que o pai e a mãe dela começaram a rasgar as roupas que ela vestia. Com uma mãe dessas a gente nem precisa de inimigas! A mãe bem que merece o marido que tem! Deve apanhar e ainda achar bonito. Se não defende a filha por medo, pelo menos então que ficasse longe!!! E se a policia não tivesse intervindo, a pobre Zakia estaria morta! Por causa da honra de homens covardes. Porque homem que bate em mulher é um covarde! Não importa o que ele tenha feito, mas homem não deve nunca bater em mulher! Se uma mulher cometeu algo contra a Lei deve ser julgada e cumprir pena. Mas agressão física não!
Claro que o rapaz também está jurado de morte pela família dela. Pai, irmãos ... todos estão sedentos pelo sangue do pobre afegão. O pai de Zakia afirma que ela já é casada com um primo, por isso que não pode se casar com Mohammad Ali. Mas a moça nega possuir qualquer compromisso com outro homem! O Tribunal que julga o caso, também afirmou que não encontrou provas que a moça seja casada ou noiva de outro homem.
Foto: New York Time ( pai da Zakia com outros filhos)
A estória não é recente. Foi publicada na gringa no mês de Março de 2014. Não há como saber se esta estória de amor terá um final feliz. Mas pode ter certeza que o caso não é o único no Afeganistão. Podemos dizer que de certa forma Zakia teve até sorte, porque por muito menos, muitas mulheres já foram presas e até mesmo mortas, no Afeganistão para lavar a honra de um homem coverde qualquer!
Fontes:
http://www.nytimes.com/2014/03/10/world/asia/2-star-crossed-afghans-cling-to-love-even-at-risk-of-death.html
http://www.nytimes.com/2014/04/22/world/asia/afghan-couple-find-idyllic-hide-out-in-mountains-but-not-for-long.html
http://www.nytimes.com/2014/03/31/world/asia/afghan-couple-finally-together-but-a-storybook-ending-is-far-from-assured.html
Este dois jovens que estão na foto que abre o post formal um casal. Um casal afegão que corre grave risco de morte. O crime? O amor! A moça é Zakia, 18 anos, afegã. Ele é Muhammad Ali, 21 anos, afegão. Ambos são humildes camponeses, muçulmanos e moram na mesma vila e se conhecem desde criança. O problema? Ambos apesar de afegãos e muçulmanos pertencem a etnias e correntes diferentes do Islam.
A família de Zakia é da etnia Tajik e são sunitas. A família de Muhammad Ali é Hazara e são xiitas. É que lá pras bandas do Afeganistão, existe este conflitos entre sunitas e xiitas, tajiks e hazaras. Esse fato é bem explorado no filme O Caçador de Pipas. O melhor amigo do protagonista do filme é um garoto que é de uma etnia inferior (hazara) e trabalha como servo da família do menino rico e de etnia considerada superior.
Mas o que abalou a pequena vila Khame Kalak em Bamiyan no Afeganistão, não foi um caso de filme ou contos de fadas. Foi a vida dura e cruel de quem vive em uma sociedade que subjuga as mulheres. Mulher lá não tem voz, não tem vez! O homem é quem decide o destino de uma mulher. O casal afegão se conheceu quando ainda eram crianças e cuidavam dos animais de suas famílias. Eles não cometeram nenhum haram! Não foram pegos em flagrante dentro de um quarto. Não, eles só decidiram se casar! E a família dela foi contra! Foi contra porque ele apesar de ser tão pobre quanto ela pertence a outra etnia e segue uma corrente diferente dentro do mesmo Islam!
Zakia teve que se refugiar em um abrigo para mulheres vitimas de violência, enquanto o caso dela é julgado nos tribunais. Mesmo sendo adulta, ela não tem direito ao exercer seu livre arbítrio e escolher com quem casar. Mas não é assim que a banda toca lá no Afeganistão. Lá os talibans ainda mandam e desmandam e usam a Sharia (Lei Islâmica) para subjugar mulheres e inimigos. Lá a maioria dos casamento são arranjados. A mulher tem que casar com o homem que o pai dela escolher. E não me venham dizer que não é verdade que o Islam da liberdade de escolha. Não estou dizendo que o Islam não dê a mulher a opção de escolha. Mas na vida real não é bem assim. Dá liberdade pra muçulmana que mora no Brasil, no EUA, na Europa, na Austrália. Mas na maioria dos países ditos muçulmanos a mulher não tem essa opção como é o caso do Afeganistão.
Eles tentaram fazer do modo correto. Pelo que li na imprensa internacional. O rapaz foi com a família dele, pedir permissão para corteja-la. Mas a família rejeitou o rapaz não porque ele era um cara mau caráter, folgado, preguiçoso. Mas rejeitou por causo do racismo. Dai fica clara a hipocrisia de alguns grupos ditos islâmicos. Todo muçulmano não é igual? Neste caso nem entra a questão do arabismo, até porque o Afeganistão não é um país árabe!
A moça foi espancada, fugiu com namorado para sobreviver! Ele a levou para o Ministério das Mulheres, para um abrigo. Pois a família dela quer mata-la. Porque ela envergonhou o nome, a honra da família. Da família não, dos homens da família.
A policia local precisou escoltar Zakia, porque os homens da família invadiram o local onde ela estava abrigada. Zakia narra que o pai e a mãe dela começaram a rasgar as roupas que ela vestia. Com uma mãe dessas a gente nem precisa de inimigas! A mãe bem que merece o marido que tem! Deve apanhar e ainda achar bonito. Se não defende a filha por medo, pelo menos então que ficasse longe!!! E se a policia não tivesse intervindo, a pobre Zakia estaria morta! Por causa da honra de homens covardes. Porque homem que bate em mulher é um covarde! Não importa o que ele tenha feito, mas homem não deve nunca bater em mulher! Se uma mulher cometeu algo contra a Lei deve ser julgada e cumprir pena. Mas agressão física não!
Claro que o rapaz também está jurado de morte pela família dela. Pai, irmãos ... todos estão sedentos pelo sangue do pobre afegão. O pai de Zakia afirma que ela já é casada com um primo, por isso que não pode se casar com Mohammad Ali. Mas a moça nega possuir qualquer compromisso com outro homem! O Tribunal que julga o caso, também afirmou que não encontrou provas que a moça seja casada ou noiva de outro homem.
A estória não é recente. Foi publicada na gringa no mês de Março de 2014. Não há como saber se esta estória de amor terá um final feliz. Mas pode ter certeza que o caso não é o único no Afeganistão. Podemos dizer que de certa forma Zakia teve até sorte, porque por muito menos, muitas mulheres já foram presas e até mesmo mortas, no Afeganistão para lavar a honra de um homem coverde qualquer!
Fontes:
http://www.nytimes.com/2014/03/10/world/asia/2-star-crossed-afghans-cling-to-love-even-at-risk-of-death.html
http://www.nytimes.com/2014/04/22/world/asia/afghan-couple-find-idyllic-hide-out-in-mountains-but-not-for-long.html
http://www.nytimes.com/2014/03/31/world/asia/afghan-couple-finally-together-but-a-storybook-ending-is-far-from-assured.html